“Espelhos deveriam pensar duas vezes antes de refletir.”
Jean Cocteau Tweet
Espelhos em Nossas Vidas
Existe uma relação importante entre o centro de uma pessoa e sua necessidade por espelhos. Quanto melhor nos conhecemos menos nos preocupamos com o julgamento dos outros. Chamamos isto de autoestima.
Quanto menos conhecimento temos de nós mesmos, mais nos tornamos dependentes das opiniões dos outros. No mundo real, podemos controlar o que fazemos, mas não como os outros respondem a isto. Infelizmente precisamos exatamente do oposto se vivermos nossas vidas nos espelhos. Precisar de algo que não consiga controlar é uma receita para o estresse e a ansiedade.
Espelhos em Desenvolvimento
Todos nós começamos a desenvolver um senso de nós mesmos muito cedo na vida – a criança esperta, o palhaço, aquele que ninguém gosta, a menina linda ou qualquer outro. O início de nosso senso de si vem do quão importante as pessoas ao nosso redor nos refletem, especialmente pais e família, depois professores e colegas de classe. Especialmente o que aprendemos sobre nós mesmo quando crianças pequenas, quando nosso centro está em sua maioria aberto, é fundamental. Somos amados, importantes – ou não.
Para a maioria de nós, a adolescência e a vida jovem de adulto são o momento de criarmos um senso de si separado de nossos pais e família – frequentemente baseado nos espelhos de nossos colegas e eventualmente colegas de trabalho.
No início da vida adulta, idealmente é quando começamos a identificar o que sentimos mais básico da nossa individualidade.
Neste período, é esperado que tenhamos vivenciado alguma experiência de pelo menos olharmos de relance para o nosso centro. Permitindo-nos vislumbrar, ainda que de maneira breve, a nossa verdadeira essência, o núcleo de quem somos.
Talvez tivemos tido alguma experiência com a “casa dos espelhos” – esses reflexos de nós são completamente diferentes do que acreditamos ser. Um professor altamente negativo, chefe ou parceiro pode nos fazer começar a duvidar de quem realmente somos – especialmente se não temos espelhos precisos e positivos em nossa vida neste momento e MAIS especialmente se nos falta um forte senso de si.
Do mesmo modo, uma pessoa positiva e motivadora que entra em nossas vidas pode criar uma forte mudança no que acreditamos ser. Mas o efeito dos espelhos é transitório se nos falta um centro forte. Uma vez que o espelho se foi, estaremos novamente buscando um novo refletor para nos dizer o que achamos de nós mesmos AGORA.
Movendo-se Através do Espelho
Meu Centro está disponível na quietude. Quando estou quieto posso chegar até ele, permanecer e lá recarregar.
Mas a quietude, como a água pura de beber, tornou-se algo pelo qual você precisa pagar. Faça uma aula de yoga (se conseguir uma que não seja yoga “aeróbica” ou “power” yoga). Faça um workshop de meditação. Estes ajudam, mas ainda assim você precisa reservar um horário em sua agenda cheia para praticar.
Quanto mais difícil for para mim ficar quieto vivendo no meio de uma nuvem eletromagnética radioativa sem fio, mais eu preciso de espelhos. É muito mais fácil conectar-me em qualquer momento e em quase que todo lugar do que desconectar e ficar quieto.
As então chamadas “Mídias Sociais” – ao contrário do contato social real – são criadas exatamente para nos rodear com espelhos (e anúncios publicitários selecionados especialmente para o nosso gosto) a todo momento. Podemos tirar uma foto ou fazer um vídeo ou enviar uma mensagem de texto no menor pensamento, sentimento ou evento em nossa vida. Não há necessidade de vivenciarmos por si só – somente compartilhar, seja onde estiver, o que estiver fazendo, com a mundo virtual em um instante. Certamente alguém irá “Curtir”; alguns talvez comentem. Como você pode se sentir solitário rodeado de Amigos e Contatos?
O resultado para qualquer um de nós que não reconheça o que esteja fazendo, que simplesmente escorrega ladeira abaixo, é que nós nos tornamos o que achamos que os outros pensam de nós. Nossas opiniões são aquelas que ouvimos na mídia. Pensamos e falamos sobre os assuntos que nossos amigos falam, sobre os shows, os Tweets. Nosso corpo, roupas e carro são o que consideramos “expressões de nós mesmos”. Somos fácies de ser controlados porque queremos fazer o que todos estão fazendo. O grupo É o si. Como as formigas.
O Espelho Desconectado
Mas a quietude também, como a rede sem fio, está lá a qualquer hora ou lugar. Nenhuma bateria é requerida. Você somente tem que sintonizar-se a ela. Não é sempre fácil de chegar lá – mas você não joga fora seu telefone porque a cobertura é fraca em algumas áreas.
Meditação, reza, corrida – há guias para ajudar você chegar lá nas primeiras vezes. Pode continuar usando-os depois que encontrar a quietude em si pela primeira vez, e então retornar e encontrá-la mais 2 ou 3 vezes. Ou você pode fazê-la parte de sua vida – até mesmo em pequenas irritações devido a textos, ligações telefônicas ou vídeos do YouTube que sejam muito longos.
Faça disso um hábito, ir ao seu centro pelo menos com a mesma frequência com que se conecta com o hall dos espelhos. Você pode dirigir no estado de quietude, é muito mais seguro do que enviar uma mensagem de texto. Você pode ir ao banheiro na quietude. “Aquiete-se” por meia hora antes de se deitar para dormir ao invés de assistir TV ou usar seu tablet na cama no escuro.
Faça disto um objetivo de seu treinamento para redescobrir seu centro, para conhecer a si mesmo na quietude todos os dias e para fazer o tanto quanto possível estando no seu Centro.
Autor: Peter Van Deusen é um visionário treinador de cérebros que estuda, desenvolve e aplica a técnica há mais de 30 anos. É o fundador da Brain-Trainer International e possui gravações em português de aulas Master Class de aprimoramento para treinadores de neurofeedback.